sábado, 27 de outubro de 2012

República Populista


República Populista
Ficou famoso na história do Brasil com o nome de República populista o período que separa as duas ditaduras que se estabeleceram no país durante todo o século XX. Este capítulo da história nacional, equivalente a quase 20 anos, indo de 1945 a 1964, produziu 10 presidentes entre eleitos legitimamente e interinos, sendo neste momento que se inicia verdadeiramente a industrialização do Brasil, abandonando de vez a velha estrutura agrária.
A denominação de populista é resultado da visão de que o momento político foi dominado por personalidades geralmente classificadas como tal, ou seja, líderes que tinham por hábito buscar a simpatia e confiança da população, para então utilizar esta massa como instrumento político de manobra. Esta visão do período entre ditaduras não é unânime, tampouco o termo empregado para se destacar o período, pois outras forças além dos políticos populistas tiveram amplo espaço e poder, e até mesmo os comunistas durante algum tempo marcaram presença no cenário político da época.

O fato é que os principais líderes do período fazem até hoje parte do imaginário político e popular brasileiro, despertando carisma e repúdia com a mesma intensidade de um clube de futebol. Entre tais personalidades podemos citar Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, que no auge de suas carreiras moviam multidões apaixonadas pelas suas propostas de um Brasil grande e desenvolvido.

Ao mesmo tempo que as ideias e projetos destes políticos carismáticos iam contagiando a população, o fantasma da inflação começava a fazer estragos na economia brasileira, uma consequência natural dos altos investimentos e apostas que se faziam na infraestrutura do país. Seu poder destruidor iria causar cada vez mais incerteza, ao mesmo tempo em que ia destruindo empregos, causando aumentos de preços constantes e desestruturando a ainda recém-implantada indústria brasileira.

Em meio aos tumultos como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a dificuldade de Juscelino em tomar posse após eleito, em 1956, a presidência de pouco mais de sete meses apenas de Jânio Quadros, acabram por colocar a dita república populista num impasse. As forças conservadoras aos poucos iam se cansando de tais propostas, além do que, o populismo no Brasil ia cada vez mais à esquerda, recorrendo com mais intensidade às massas para obter apoio em momentos de dificuldade. Numa época em que a Guerra Fria estava ainda influenciando bastante as políticas dos países periféricos, a aproximação do populismo com as forças de esquerda serviu para mostrar à oposição que tal modelo político havia se exaurido, e que o que se seguiria era um regime de esquerda semelhante ao recém instalado em Cuba. Procurando evitar tal ameaça comunista, e com apoio externo norte-americano, militares de direita, com apoio de boa parte da classe média e da igreja católica à época, resolve por um fim naquilo que viam como uma “bagunça”, implantando então, o segundo período ditatorial no Brasil no século XX, agora uma ditadura militar de direita.

Foram presidentes durante o período da República populista:
José Linhares (1945-1946 – interino)
Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)
Getúlio Vargas (1951-1954)
Café Filho (1954-1955)
Carlos Luz (1955 – interino)
Nereu Ramos (1955-1956 – interino)
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
Jânio Quadros (1961)
Ranieri Mazilli (1961 – interino)
João Goulart (1961-1964)

Postado por: Marina C Duarte - 9º fase  Escola de Ensino Médio SESI_ Eraldo Giacobbe

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